Coletivo LGBT de apaixonados por futebol promove inclusão e combate ao preconceito no esporte, em Valle del Chaco, México

É na comunidade Niños Héroes (Valle del Chaco, México) que estamos construindo o nosso terceiro projeto no México e o segundo em parceria com o Manchester City/Cityzens Giving: o #projetoLaDoce (em português, "A 12", que é o nome da rua onde está localizado o campinho). Também aí, surgiu o capítulo mexicano do coletivo GAPEF - Gays Apaixonados pelo Futebol, que atua no combate ao preconceito e pela inclusão de pessoas LGBT no esporte.

Fundado há dois anos, o movimento recebeu influência de colegas argentinos, que deram início à GAPEF em Buenos Aires. Hoje, além de México e Argentina, a GAPEF existe no Chile e na Colômbia.

“Somos 25 pessoas entre homens e mulheres, no México. Jogamos todos os tipos de campeonatos: tradicional, com onze na linha, futebol de salão e futebol 7 em grama artificial. O importante é estar em campo, fazendo o que gostamos, encarando o preconceito de frente, sem precisar de máscaras”, conta Eduardo Aguilar, o Lalo, zagueiro e capitão da equipe masculina. Lalo é também um dos voluntários locais no #projetoLaDoce, e está à frente da Comissão de Decoração.

Lalo (esquerda) e Roger (direita), ativistas mexicanos pela diversidade e inclusão no esporte mais popular do mundo.

Lalo (esquerda) e Roger (direita), ativistas mexicanos pela diversidade e inclusão no esporte mais popular do mundo.

Além de disputar competições e manter dois times (masculino e feminino), a GAPEF atua como centro de acolhimento à comunidade LGBT que se interessa pelo futebol, e busca facilitar o acesso ao jogo às pessoas que o preconceito afasta do esporte.

“Eu, por exemplo, comecei a jogar futebol somente aos 15 anos por não me sentir confortável antes. Nós recebemos gays, lésbicas, hétero, jovens, senhores e senhoras que querem se aproximar, sem se importar com a idade, condição física ou gênero e conseguimos muitos ganhos neste tempo de atuação. Pessoas que não conseguiam chutar uma bola, hoje jogam normalmente e se divertem com o futebol. Conseguimos também aceitação e transmitir conhecimento. Era comum nos perguntarem se jogávamos de peruca ou com maquiagem e hoje a sociedade entende melhor do que se trata.” explicou Rogelio Barrera, o Roger, atacante goleador do time. No #projetoLaDoce, Roger é Capitão voluntário de Registro.

Para simbolizar a luta pela inclusão no futebol, GAPEF e Escorpiones MX (Escorpiões MX) - equipe da Cidade do México, que também atua pela diversidade no esporte - disputaram uma partida amistosa no primeiro dia de registro de voluntários do #projetoLaDoce, com a presença de cerca de 200 moradores de Valle del Chalco, que demonstraram apoio ao movimento.

Segundo os amigos e amigas da GAPEF, ainda existem poucos lugares onde pessoas LGBT podem jogar com tranquilidade. Colaborar com a construção de um espaço de segurança, inclusão e respeito a todas e todos é um dos objetivos dos projetos love.fútbol e a cancha La Doce, que está prevista para ser inaugurada em Julho, estará lá para isso.

O #ProjetoLaDoce é patrocinado pelo Manchester City/Cityzens Giving e desenvolvido com o apoio da organização local NATLIK.

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