#LFNaEstrada - O que ficou depois de mais de mil quilômetros e cinco dias de estrada

Por Pedro Leal

A história da primeira edição da caravana #LFNaEstrada começou a ser escrita com um e-mail despretensioso enviado por Paula para a love.fútbol. A sertaneja de Petrolândia (PE), a 430 km do Recife, estava em busca de algum tipo de apoio para um projeto de escolinha da cidade, liderado por Silvano, um desses apaixonados por futebol que lutam como podem para transformar vidas de jovens e crianças da comunidade em que vivem.

Tocados pela história e certos que cruzaríamos por muitas outras no caminho, montamos nosso roteiro, enchemos a mala do carro de mochilas e bolas indestrutíveis - redondas super resistentes a furos e que não murcham, ideais para os espaços de jogo improvisados do Sertão, pedregosos e rodeados de plantas espinhosas -, doadas por nossos parceiros da One World Play Project (OWPP), e caímos na estrada.

Partida na comunidade quilombola negros de Betinho.

Partida na comunidade quilombola negros de Betinho.

O destino quis que nossa primeira parada fosse a mais desafiadora. Não foi fácil enfrentar seis horas de estrada e 40 minutos de um caminho de terra para chegar até o Sítio Baixas, na Zona Rural de Manari (PE), município que até o início dos anos 2000 tinha o pior IDH do Brasil e hoje “apenas” o de Pernambuco.

Se a seca não nos chocou, devido às chuvas que tinham regado a caatinga pouco tempo antes, nos acompanhavam as cercas das grandes fazendas, símbolo da histórica desigualdade do Sertão. Como um oásis de luta, conhecemos o trabalho da ONG Pão é Vida, fundada pelo casal Ronaldo e Joana, que largou a vida confortável no Rio Grande do Sul para tentar transformar a realidade de extrema pobreza da região. 

No Sertão do São Francisco, nos sentimos em casa com os mimos da família França. Por lá, visitamos cinco comunidades entre assentados, quilombolas e indígenas. Culturas bem distintas. O amor pelo futebol e a luta pelo reconhecimento de suas causas são os pontos em comum entre elas. Povos-raiz que com sua força sustentam a árvore da nação. A luta dos Negros de Betinho e a magia dos praiás Pankararu nos inspiraram a seguir.

Corrida do Umbu: Ritual Pankararu que celebra o início da safra do fruto

Corrida do Umbu: Ritual Pankararu que celebra o início da safra do fruto

Depois de três dias de visitas no Sertão do São Francisco, seguimos nosso caminho de volta. Na rota, ainda tínhamos Inhapi, cidade com o pior IDH de Alagoas, e Garanhuns, cidade do Agreste de Pernambuco, casa de um dos próximos projetos LF.

Time #lovefutbol com Paula, França e Raul, o netinho deles.

Time #lovefutbol com Paula, França e Raul, o netinho deles.

Cinco dias, seis cidades visitadas, mais de 1200 km. Em cada povoado que visitamos, por menor que fosse, o futebol pulsava. Não é só um jogo. O Sertão nos deu força pra seguir espalhando carinho e paixão pela bola por outras veredas mundo afora. É a nossa estrada. Na mala, 30 bolas a menos, muitas histórias pra contar, muitas amizades e lindas possibilidades. Um muito obrigado a todos que fizeram parte dessa jornada!

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