Por que jogamos pra elas? Por Larissa Brainer - #JogaPraElas

Jogamos pra elas porque um dia, em algum lugar, um "não" foi dito a uma menina que quis jogar uma partida de futebol na rua. Porque na seleção dos times, há uma menina que não tem chance ou é a última a ser escolhida. Porque há comunidades, bairros e escolas em que as meninas sequer são consideradas para ocupar um campinho. Porque pouco se sabe sobre a história do futebol feminino (ou sobre o presente, muitas vezes). Porque há lugares, como o Zanzibar, em que muitas mulheres são julgadas como "imorais" por jogar futebol. Porque há quem diga que "futebol não é coisa de mulher". Porque em algum momento, o direito de jogar e se divertir com o futebol foi (ou é) negado a meninas e mulheres. 

Mulheres como Aline Pellegrino, que nasceu com o gosto para o esporte e seguiu, na marra, o caminho profissional. Como Abby Wambach, da seleção dos EUA, que, consagrada tricampeã da Copa do Mundo, não se conteve de felicidade e quebrou o protocolo ao beijar sua esposa na torcida - #lovewins! Meninas como as de San Antonio Palopó, na Guatemala, que nunca tinham jogado futebol na vida. Como Irene e Teresa, que se divertem com a bola sem regra, nem medida e nos fazem desejar que ninguém nunca lhes tire isso, seja com gestos ou palavras. Como Annika e Sierra, que mostraram toda a garra antes de um jogo. Ou como Yasmin, que com várias outras colegas, fez história jogando a primeira partida de futebol feminino da Arena Pernambuco

Projeto love.fútbol #17 em Cururuquara (SP), Brasil.

Projeto love.fútbol #17 em Cururuquara (SP), Brasil.

Todas elas são meninas que foram (e vão) em frente com a paixão e apenas jogam . Histórias que inspiraram e fizeram parte da campanha #JogaPraElas. Que mostram o quanto a relação com a bola pode ser importante, empoderadora e transformadora para meninas também, ainda que em alguns lugares e situações isso seja negligenciado ou sequer levado em conta. 

#JogaPraElas foi para as jogadoras das seleções na Copa do Mundo de Futebol Feminino. Para que, em campo, elas jogassem pensando nessas meninas, nas meninas que um dia elas foram, nas meninas que elas inspiram e vão inspirar, no futuro. 

A Copa chegou ao fim, mas a #JogaPraElas continua. Enquanto houver guerreiras dentro das quatro linhas, estaremos nessa torcida e nesse trabalho. 

Larissa é jornalista, membro do movimento #lovefutbol desde 2014 e coordenou a campanha #JogaPraElas.


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